15 de julho de 2015

Collor se diz 'humilhado' e afirma que Lava Jato 'extrapolou' os limites

O senador Fernando Collor (PTB-AL) fez um discurso inflamado na tribuna do Senado nesta terça-feira para avisar que o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao “orquestrar sordidamente” o “arrombamento” em suas 
"Hoje eu fui submetido a um atroz constrangimento junto com minha família. Fui humilhado. Depois de tudo que passei, eu tive que enfrentar uma situação jamais por mim experimentada. Sofri um extremo desgaste emocional e mental com minha mulher e minhas filhas de nove anos. Podem me humilhar! Fui humilhado. Mas podem ter certeza: intimidado, jamais", discursou Collor diante de um plenário absolutamente silencioso ao final de sua fala.
A operação da Polícia Federal em seu apartamento funcional e na Casa da Dinda, sua outra residência onde foi apreendida uma frota de carros de luxo foi caracterizada por Collor como truculenta, que extrapolou todos os limites do estado de direito, os limites constitucionais e os limites da legalidade.
Collor repetiu uma série de ataques ao procurador Rodrigo Janot, a quem acusou de ter orquestrado a invasão de suas propriedades para levar os carros pelas ruas de Brasília até a sede da PF e tentar vincular a compra legal dos automóveis às denúncias a ele “maldosamente” imputadas.
"O objetivo foi me constranger, me intimidar e promover uma cena de espetáculo midiático. Meus carros foram levados à PF de forma absolutamente irregular. Foi um conluio da mídia com o Ministério Público para oferecer a opinião pública, de forma maldosa, um juízo equivocado dos reais acontecimentos", protestou Collor.
Collor protestou especialmente contra a apreensão dos veículos de luxo na Casa da Dinda um Porsche, uma Ferrari e um Lamborghini e disse que foram comprados e declarados legalmente, antes das denúncias que responde, e sem ainda ter sido denunciado.
"Após dois anos de investigação evitar destruição de provas? Provas de quê? Veículo não é documento, não é computador", reclamou.
O senador alagoano qualificou a operação da PF de hoje como um retrocesso no processo democrático. Disse que a operação “policialesca” teve o objetivo de alimentar o clima de terror e perseguição para tentar intimidá-lo.
"Buscas, invasões, apreensões, arrombamentos como os de hoje são um retrocesso, a volta ao estado de exceção, volta à ditadura, agora, do Ministério Público", comparou Collor.
No discurso que não teve nenhum aparte ou apoio dos outros senadores, Collor voltou a repetir acusações contra Janot. Disse que já vem denunciando há algum tempo “crimes e falcatruas” do procurador-geral.
O Globo

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