Pelo sexto mês consecutivo neste ano, a caderneta de poupança registrou captação líquida negativa. Em junho, as retiradas superaram os depósitos em R$ 6,26 bilhões. Com isso, somente no primeiro semestre do ano, as perdas da mais tradicional aplicação do país somam R$ 38,5 bilhões. Em junho, é o pior resultado para esses meses desde 1995.
Segundo os dados divulgados pelo Banco Central nesta segunda (6), o patrimônio da caderneta caiu em junho para R$ 646,5 bilhões contra R$ 648,7 bilhões registrados no mês anterior. Em junho, segundo o relatório do Banco Central, os depósitos somaram R$ 162,8 bilhões, e as retiradas totalizaram R$ 169,1 bilhões. No primeiro semestre do ano, os depósitos somam R$ 909,6 bilhões enquanto as retiradas estão acumuladas em R$ 948,1 bilhões.
Os números do desemprego e a inflação que segue em alta é o motivo para o recorde de saques para o mês segundo a avaliação do analista de Finanças Públicas da Tendências Consultoria, Fabio Klein. “A economia tem caído em todos os aspectos. Tem havido uma grande queda de consumo, de emprego, da massa salarial e dos rendimentos. Isso influencia o aumento de saques”, avaliou Klein.
Segundo o analista, os brasileiros estão com medo de ficar com o nome no vermelho, por isso, tiram o pouco dinheiro que tem investido para poder pagar todas as contas. Até mesmo quem não está com as contas atrasadas, saca para poder se manter.
KIein avalia que a poupança perdeu o “atrativo” como instrumento de investimento e recomenda outros fundos de investimento para melhor correção dos juros, como aplicações em renda fixa ou certificados de depósito bancário (CDB). “Para quem tem recursos sobrando, não faz sentido deixar em poupança, essas seriam ótimas opções”, informou Fábio.
Mas, segundo ele, se o cliente tiver pouco recurso, o melhor é manter na poupança e economizar ao máximo. “O melhor é evitar gastos desnecessários”, aconselhou.
Para Fábio, caso a previsão do Banco Central de encerrar o ano com a inflação em 9%, os números da caderneta devem continuar negativos. “Quanto maior os juros, mais custoso se torna ter dinheiro na mão”, informou.
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