23 de novembro de 2015

Dieta paleolítica pode reduzir problemas cardiovasculares

Controversa, a dieta com baixo índice de carboidratos e baseada em carnes, gorduras, verduras, legumes e água – ou tudo o que se comia no período paleolítico – foi a protagonista de um estudo da Cardiovascular Associates em Virginia Beach, nos Estados Unidos, que buscou entender se esse tipo de alimentação poderia trazer algum benefício para a saúde cardiovascular.
O estudo, que foi apresentado no congresso da Associação Americana de Cardiologia (AHA) em novembro, nos Estados Unidos, mostrou que os adultos entre 35 e 85 anos, não diabéticos, mas com um ou mais riscos cardiovasculares se beneficiaram da dieta. O estudo acompanhou 79 obesos (79% eram mulheres) durante 60 dias. Exames para avaliar a saúde como um todo foram feitos antes de começar a dieta, como medir o peso, a pressão arterial, a resposta à glicose, hemoglobina glicada (exame que detecta as variações do nível de açúcar no sangue e indica se há diabetes) e exames de colesterol. Cada participante teve de manter um diário alimentar e se reunir semanalmente com a equipe multidisciplinar que os acompanhavam. Os exames foram repetidos depois de 60 dias do estudo e avaliados pelos cientistas. E os resultados foram promissores: a média de perda de peso foi de cinco quilos, e os níveis de colesterol ruim tiveram uma queda muito boa. Além disso, a pressão arterial baixou, bem como o risco de desenvolver diabetes diminuiu. Entenda como é feita a dieta paleolítica A nutricionista da Nutrenza Assessoria Nutricional Karla Vilaça explica que essa é uma dieta que procura resgatar a alimentação dos seres humanos na época paleolítica. “Ela se baseia no consumo liberado de fontes proteicas de origem animal, frutas e vegetais. Açúcares são excluídos das dietas, assim como óleos em geral, de soja, canola, girassol”, explica ela. Segundo a nutricionista, os carboidratos permitidos são somente aqueles presentes nos vegetais, ou seja, não é permitido comer arroz, trigo, centeio e derivados. As oleaginosas, como nozes e castanhas, são bem-vindas. “Leites e derivados também são excluídos da dieta, assim como as leguminosas, como o feijão, a ervilha e a lentilha”, diz. O azeite é um dos óleos saudáveis e permitidos, já os alimentos industrializados, de qualquer tipo, são abolidos. Segundo Karla, quando a dieta é seguida de forma correta, ela é muito válida, mas que o consumo liberado de fontes proteicas de origem animal (carnes em geral) deve ser visto com cautela, já que o excesso de proteínas pode causar uma sobrecarga renal. “Além disso, dependendo do tipo e corte da carne, ela contém uma grande quantidade de gordura saturada, que pode levar a doenças cardiovasculares”, alerta. A nutricionista ainda alerta para o consumo de cálcio. “ele pode sim ser adquirido através de fontes vegetais, porém nem sempre é muito fácil atingir a recomendação diária, uma vez que os leites e derivados também não fazem parte da dieta. Tudo feito com moderação pode trazer bons resultados”, aconselha. 
O que pode na dieta paleolítica: 
- Todos os tipos de carnes 
- Nozes, castanhas, pistache e oleaginosas em geral 
- Gorduras, como o azeite de oliva 
- Frutas 
- Verduras 
- Legumes 
- Água 
O que não pode: 
- Leites e derivados 
Leguminosas, como feijão, ervilha e a lentilha 
- Óleos como o de soja, de canola e de girassol 
- Açúcares de qualquer tipo 
- Alimentos industrializados 
- Grãos ou alimentos com trigo, centeio, arroz ou derivados
Tribuna da Bahia

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