O domingo em Paris era para ser apenas um dia de luto e homenagens às 129 vítimas dos ataques terroristas da última sexta-feira (13). Mas a tensão e o medo de novos atentados acabou levando a uma sucessão de atos de pânico que demandaram ação da polícia em vários pontos da capital francesa. Milhares de pessoas se reuniram durante todo o dia na Praça da República para homenagear os que morreram nos atentados. No início da noite, o barulho de fogos de artifício assustou a multidão, que saiu correndo em pânico. A polícia foi acionada e evacuou o local, até confirmar que se tratava de alarme falso.
Quase ao mesmo tempo, parisienses entraram em pânico no Marais, na região central de Paris. Ao ouvirem o barulho supostamente causado por fogos de artifício, pessoas que estavam nos restaurantes e bares da região se desesperaram e saíram correndo. Na Catedral de Notre Dame, onde foi realizado no início da noite um memorial em homenagem às vítimas, mais medo. A polícia evacuou a área em frente à catedral, afastando a multidão de parentes e amigos das vítimas que se concentrava do lado de fora na tentativa de acompanhar a missa. Mesmo assustadas, as pessoas continuaram no local rezando e cantando hinos religiosos. Sirenes de carros da polícia, de ambulâncias e de carros do corpo de bombeiros foram ouvidas constantemente em diversos pontos do centro de Paris no domingo. A cidade continua em estado de alerta e a presença das forças de segurança nas ruas é grande.
A parisiense Carton Sylvie, que teve amigos feridos nos ataques, diz que não se sente segura. “Eu só quero entender o porquê. As pessoas que morreram eram inocentes. O que eles querem de nós? Eu estou com medo, é um momento muito difícil”, afirma ela. Para acalmar e consolar as pessoas, um grupo de jovens franceses resolveu cantar canções na Praça da República. Um deles, o estudante Paisley Stevy, de 17 anos, diz que não vai abaixar a cabeça para o terrorismo. “Eu estou feliz por estarmos aqui juntos, mostrando que estamos unidos. Não podemos ter medo, eu não tenho medo”.
Pessoas de várias nacionalidades, idades e religiões se reuniram nos memoriais montados nos locais dos ataques. Na Boulevard Voltaire, onde fica a casa de shows Bataclan, palco do mais sangrento dos ataques de sexta-feira, a muçulmana Shaghayegh Azimi, de 22 anos, acendeu uma vela pela paz.
"O Islã não tem nenhuma conexão com essas pessoas que estão abusando dos preceitos e matando pessoas inocentes em busca de poder”, enfatiza ela. O francês Singh Jasvir, de origem paquistanesa, tem o sikhismo como religião.
Correio
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