Como o mosquito da Dengue precisa de água (parada) para se reproduzir, o governo do estado está admitindo a possibilidade de incluir um larvicida capaz de impedir a reprodução do mosquito desde a estação de tratamento da Embasa, fazendo com que a água que chegue ao consumidor esteja imune do Aedes aegypti, responsável pela transmissão de arboviroses como a Dengue e a Zika.
Mas, se o mosquito nascer, o governo pretende utilizar um repelente com nanotecnologia capaz de, se misturado em tintas para a pintura de casa ou no processo de lavagem de roupas, espantar o mosquito por até quatro anos ou resistir a 100 lavagens no vestuário.
Essas são formas de combater o Aedes aegypti que estão sendo estudadas pelo governo do estado e que foram apresentadas em uma reunião com prefeitos e secretários municipais na manhã desta última quinta-feira (17). Segundo o governador Rui Costa, o uso do larvicida ainda passa pelo crivo de questões de biossegurança dos usuários da rede de abastecimento de água. "Reuni a Embasa, a Secretaria de Saúde e a Secretaria de Indústria e Tecnologia, mandei pegar relatórios oficiais dos países que isso é utilizado e só vem para a Bahia se tiver absoluta segurança", afirmou.
Segundo Fábio Villas-Boas, secretário estadual de Saúde, as pesquisas com a bactéria BTI (bacillus thuringiensis israelensis), que pode ser usada na água, depende de uma série de investigação, entre elas da palatabilidade da água. Esse bioinseticita se apresenta como solução ao larvicidas químicos. Seu microrganismo se propõe a, através da produção de uma toxina, atacar as larvas do Aedes aegypti sem prejudicar outros animais, seres humanos ou o equilíbrio ecológico.
Ainda segundo Fábio, a outra medida, o poderoso repelente com nanotecnologia, já está para chegar no estado. O governo assinou um acordo em Portugal, através da Bahia Farma, e irá trazer o repelente com tecnologia ainda em janeiro para o Brasil. Os técnicos estudam se o repelente for borrifado, e não dissolvido em tinta ou na água durante lavagem de roupas, terá o mesmo efeito. Diferente dos populares fumacê, esse repelente teria efeitos prolongados.
Outras possibilidades seriam o uso da bactéria Wolbachia (que infectam e comprometem a reprodução do mosquito) e o uso de mosquitos transgênicos com a mesma finalidade também são cogitadas. “Todos esses métodos são eficientes em uma escala laboratorial, de pesquisa, traduzir isso para uma cidade e para um estado necessita de uma avaliação de custo e da capacidade de alcance”, pondera Fábio.
Ações de Educação
Para o futuro, pensando no acompanhamento das crianças que estão nascendo com microcefalia, Fábio prometeu novos três Centros de Reabilitação no estado, que atendarão a demanda no interior. O secretário também apresentou o Caça Mosquito, um aplicativo que permite que qualquer pessoa, com um smartphone, notifique o governo sobre possíveis focos do mosquito.
Além disso, Villas-Boas informou que 200 mil testes rápidos que identificam se o paciente tem dengue, chikungunya ou zika (esse último por eliminação) foram adquiridos pelo estado. Os testes rápidos são feitos com uma gota de sangue que é analisada com o auxílio de um programa instalado em um aparelho celular.
Entre os prefeitos que se pronunciaram no evento, todos concordam que a intensificação de ações nas escolas tem grande potencial. O governador Rui costa propôs que o tema das Jornadas Pedagógicas, evento que abrem o ano letivo na rede estadual, foquem no combate ao Aedes, para sensibilizar as famílias através dos estudantes.
Após a cerimônia pela manhã, técnicos e secretários municipais de cada cidade se reuniram para discussões dos protocolos. A reunião de trabalho, segundo o secretário estadual de saúde, contemplaria 300 cidades. Foram convidados para o evento 125 prefeituras que tiveram números consideráveis de casos de arboviroses. Compareceram 55 prefeitos, 91 secretários municipais de saúde e dois vice-prefeitos.
Correio
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