A queda nas receitas e o
aumento das despesas obrigatórias estão tornando as finanças estaduais
insustentáveis. Essa combinação perversa provocou a suspensão de obras,
interrupção de serviços públicos básicos e atraso no salário dos funcionários
em diversos Estados.As finanças estaduais se agravaram no ano passado em meio a
um cenário de forte recessão – o Produto Interno Bruto (PIB) deve ter recuado
4% em 2015 – e a inflação superou 10%. A crise atual já arrastou importantes
Estados como Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul, além do Distrito
Federal.Com pouca margem de manobra, os governadores escolheram um corte
profundo nas despesas de investimento como uma das maneiras de fazer o ajuste
fiscal.
No ano passado, os governos estaduais reduziram os investimentos em 37%
na comparação com 2014, de acordo com um levantamento feito por Pedro Jucá
Maciel, consultor econômico do Senado, com base nos dados disponíveis de 24
Estados e do Distrito Federal.Os Estados brasileiros já vinham com uma
estrutura fiscal bastante ruim. Os primeiros sinais começaram em 2012, quando a
economia brasileira começou a desacelerar. Para evitar um agravamento maior do
quadro, o governo federal promoveu uma série de empréstimos para os Estados, o
que resultou numa nova onda de endividamento.”Se a lição de casa tivesse sido
feita em 2012, não estaríamos passando pela dificuldade que enfrentamos agora”,
afirma Maciel. Segundo o consultor, no ano passado, o avanço da receita ficou
abaixo da inflação em todos os Estados. Estadão/ PoliticaLivre
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