13 de fevereiro de 2016

Turquia e Arábia Saudita podem lançar operação terrestre contra EI

Turquia e Arábia Saudita podem lançar uma operação terrestre contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, e o reino wahabita também enviará aviões de guerra a partir de uma base turca para lutar contra os extremistas - anunciou neste sábado (13) o ministro das Relações Exteriores turco. "Se houver uma estratégia (contra o EI), então Turquia e Arábia Saudita podem entrar em uma operação terrestre", disse o chanceler turco Mevlut Cavusoglu, citado pelos jornais Yeni Safak e Haberturk, após participar da Conferência de Segurança de Munique. O chanceler acrescentou que "a Arábia Saudita também enviará aviões para a Turquia", na base de Incirlik.
Ele explicou que diversas autoridades sauditas visitaram a base e fizeram um "reconhecimento". "No momento, não está claro quantos aviões virão". Incirlik já serve para a coalizão liderada pelos Estados Unidos contra o Estado Islâmico no Iraque e na Síria. Desta base operam aviões britânicos, franceses e norte-americanos para atacar alvos do EI na Síria. De acordo com o chanceler turco, os sauditas disseram que "se for necessário, também podem enviar tropas". "A Arábia Saudita está mostrando uma grande determinação para lutar contra o terrorismo na Síria", garantiu. Tanto Riade e quanto Ancara consideram que a saída do presidente sírio, Bashar al-Assad, é essencial para acabar com a guerra civil de cinco anos no país. Nesse sentido, também não deixam de criticar o apoio do Irã e da Rússia ao regime sírio. Perguntado se a Arábia Saudita poderia enviar tropas para atravessar a fronteira com a Turquia para a Síria, Cavusoglu respondeu: "Isso é algo que pode ser desejado, mas não há nenhum plano. A Arábia Saudita enviará aviões e disse que 'se chegar o momento de uma operação terrestre, então poderíamos enviar tropas'". As relações entre a Turquia e a Arábia Saudita têm se intensificado nos últimos meses, depois de terem sido prejudicadas quando Riade apoiou o golpe de Estado de 2013 contra o presidente egípcio, Mohamed Mursi, aliado de Ancara. Ao mesmo tempo, a Turquia melhorou a sua relação com o Qatar, outro país que se opõe à continuação de Assad na presidência síria. O presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, reuniu-se na sexta-feira por várias horas em Istambul com o emir do Qatar, Tamim bin Hamad al-Thani, informou a Presidência, embora não tenha dado detalhes sobre a conversa. 
Acordo 
Grandes potências concordaram na sexta-feira (12) com uma pausa nos combates na Síria, mas a Rússia seguiu em frente com seus bombardeios incessantes em apoio a seu aliado, o presidente sírio, Bashar al-Assad, que prometeu continuar lutando até retomar o controle total do país. Embora exaltado como possível avanço, o acordo sobre a "interrupção das hostilidades" só entra em vigor dentro de uma semana em um momento no qual o governo de Assad está prestes a obter sua maior vitória em batalha com o auxílio do poderio aéreo russo. Se implementado, o pacto firmado depois de cinco horas de conversas que invadiram a noite em Munique irá proporcionar acesso humanitário a cidades sírias sitiadas. Ele foi descrito pelos países que participaram das negociações como um sucesso diplomático raro sobre um conflito que dividiu o Oriente Médio, já matou pelo menos 250 mil pessoas, deixou 11 milhões de desabrigados e levou centenas de milhares de pessoas a fugirem rumo à Europa. Mas várias nações ocidentais disseram não haver esperança de progresso sem o fim dos ataques aéreos de Moscou, que inclinaram a balança a favor de Assad.

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