30 de março de 2016

Governo central tem déficit primário de R$ 25 bi, pior fevereiro da série

O governo central (Tesouro, Banco Central e INSS) registrou déficit primário de R$ 25,07 bilhões em fevereiro, pior resultado para esse mês desde o início da série histórica em 1997, informou o Tesouro Nacional nesta terça-feira (29/03). Em pesquisa Reuters, analistas estimavam resultado negativo de R$ 13,10 bilhões.
Nos dois primeiros meses do ano, o déficit primário somou R$ 10,274 bilhões. O desempenho de fevereiro foi fortemente afetado pela queda real da receita líquida total, de 13% sobre igual período de 2015, a R$ 67,397 bilhões, informou o Tesouro nesta terça-feira. Em contrapartida, a despesa total mostrou avanço real (descontada a inflação) de 8%, a R$ 92,467 bilhões, mesmo com corte expressivo no desembolso do programa Minha Casa, Minha Vida, de 32% no período. Segundo o Tesouro, o aumento da despesa em fevereiro foi impactado pelo crescimento de 32,3% em "outras despesas obrigatórias", que incluem gastos com abono e seguro desemprego, somando R$ 15,167 bilhões. No mês passado, Tesouro e BC registraram déficit primário de R$ 14,807 bilhões, ante rombo de R$ 1,556 bilhão em fevereiro de 2015. A Previdência Social viu o déficit saltar 58,3% na comparação anual, a R$ 10,263 bilhões. Reconhecendo a impossibilidade de reequilibrar as contas públicas em 2016, o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa, anunciou na semana passada que quer aval do Congresso para encerrar o ano com déficit primário de até R$ 96,65 bilhões, equivalente a 1,55% do Produto Interno Bruto (PIB). A meta de superávit primário para o governo central é de R$ 24 bilhões neste ano, ainda vigente na lei orçamentária. A perspectiva de 2016 marcar o terceiro rombo primário para o governo central coloca em xeque a estabilização da dívida bruta, considerada um dos principais indicadores de solvência do país. Diante da intensa crise política, com processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff em andamento, o governo vem enfrentando forte resistência para aprovar medidas de ajuste fiscal no Congresso Nacional.
ÉPOCA NEGÓCIOS

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