29 de julho de 2016

Policiais são presos e 'macumba' contra promotores é achada

Dois policiais civis foram presos nesta quinta-feira (28) sob suspeita de cobrar propina em uma ocorrência que envolve a apreensão de 40 quilos de maconha, no ano passado, no Bairro Martins, em Uberlândia. Durante o cumprimento de mandados de busca e apreensão, o Ministério Público Estadual (MPE) localizou um suposto ritual de macumba envolvendo o nome de promotores da cidade.
Segundo o promotor de Justiça Fabrício José da Fonseca Pinto, os policiais são investigados por pedirem propina a traficantes que estavam com 40 quilos de maconha em um hotel próximo à rodoviária da cidade. A droga estava escondida dentro de uma mala e foi apreendida com três pessoas que vinham de São Paulo. Elas foram presas. Ainda de acordo com a Promotoria, há indícios de envolvimento de um dos policiais em outros crime investigado dentro da Operação 'Serendipity'. Duas advogadas também estariam envolvidas no caso, sendo uma delas irmã de um dos policiais presos. Elas foram ouvidas e responderão em liberdade. Durante cumprimento do mandado de busca e apreensão no escritório de advocacia, foi encontrado um saco de sal grosso sobre uma folha com os nomes dos promotores Daniel Marotta, Fabrício da Fonseca, Adriano Bozola e Genney Randro Barros. Os quatro promotores de Justiça são responsáveis pela força-tarefa que culmina na investigação de servidores da Polícia Civil, além de familiares dos policiais, envolvidos em esquemas de corrupção. Os policiais foram levados para Belo Horizonte onde ficarão sob custódia na Casa do Policial Civil e à disposição da Justiça. Os policiais poderão responder processo administrativo, uma vez que a documentação investigada pelo MPE será remetida à Corregedoria da Polícia Civil, além de ação de improbidade administrativa na esfera cível por tirarem vantagem ilícita da função. Dentre as penas estão suspensão dos direitos políticos e pagamento de multa.O Ministério Público Estadual investiga vários policiais civis da cidade por crimes de corrupção. No dia 17 de junho, um investigador da Polícia Civil em Uberlândia foi preso suspeito de envolvimento com uma quadrilha atuante em roubos de carga. No fim do mesmo mês, mais dois policiais foram presos suspeitos de envolvimento no caso. O trio foi encaminhado para a Casa de Custódia da Polícia Civil em Belo Horizonte. Há uma semana, foram apreendidos documentos na casa de um empresário que teria ligação com os policiais presos e envolvimento nos crimes. Paralelamente a essa investigação, a Promotoria realiza duas etapas da Operação Serendipity. As investigações iniciaram há cinco meses com uma força-tarefa de quatro promotorias da cidade. Os policiais faziam uma investigação paralela à da Polícia Federal (PF) e mapeavam duas organizações criminosas que atuavam no roubo de cargas na região. Em seguida, eles faziam o flagrante dos criminosos e subornavam para que pudessem ser liberados, forjando o boletim de ocorrência. Entre os suspeitos investigados e presos em Belo Horizonte estão um delegado que atuou na cidade e seis investigadores. Segundo apurado pelo MPE, os policiais pediam propina aos integrantes das quadrilhas investigadas durante as operações “Catira” e "Fideliza”, ambas da Polícia Federal. As prisões desta quinta-feira, a princípio, não têm ligação com os crimes apurados anteriormente. (G1)

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