1 de julho de 2016

Samarco não cumpre plenamente nenhuma ação ambiental, diz Ibama

As ações emergenciais e prioritárias que deveriam ter sido tomadas para conter a lama que vazou da barragem do Fundão, em Mariana (MG), em novembro do ano passado, não foram cumpridas plenamente pela mineradora Samarco, responsável pela estrutura, segundo relatório do Ibama divulgado nesta última quarta-feira (29).
Ao todo, de 11 medidas definidas para minimizar o impacto ambiental da tragédia, sete não foram atendidas, e outras quatros foram cumpridas apenas parcialmente pela empresa controlada pela Vale e pela anglo-australiana BHP Billiton. A onda de rejeitos liberada pela ruptura do reservatório fez 19 mortos, devastou a vila de Bento Rodrigues, poluiu o rio Doce e deixou um rastro de destruição até o litoral do Espírito Santo. Quase oito meses após a tragédia, o material continua vazando da estrutura e chegando aos cursos d'água, o que pode se agravar com as chuvas. Entre as exigências não cumpridas estão as apresentações de como as estruturas de contenção vão se comportar nos próximos meses e de alternativas para evitar nova poluição durante os períodos chuvosos deste e do próximo ano. A Samarco também não entregou projetos e cronogramas para controlar e gerir os rejeitos que já se encontram no leito dos rios atingidos. "Passados sete meses do desastre, a empresa já deveria ter as ações emergenciais equacionadas dentro de um programa único de controle dos impactos continuados e de mitigação dos efeitos decorrentes", afirma o documento, assinado pela presidente do órgão, Suely Araújo. O relatório do Ibama diz que a documentação entregue pela mineradora "refere-se a ações isoladas sem que haja qualquer integração entre elas". "Diante da magnitude do desastre, não foi apresentado ainda um planejamento estratégico integrado com cronograma de atuação emergencial para ao trecho entre a área do evento e a usina hidrelétrica Risoleta Neves". A empresa também não definiu uma área para a disposição de rejeitos e um cronograma para a dragagem da usina, também conhecida como Candonga. "Em análise geral, depreende-se que o evento do rompimento e seus efeitos derivados ainda se encontram em fase de contenção, até o momento não equacionada", afirma o órgão do governo federal.

Nenhum comentário:

Postar um comentário