16 de fevereiro de 2017

Em meio à pior crise hídrica da história de Brasília, Palácio da Alvorada aumentou consumo de água em 64%

A pesar de Brasília enfrentar a pior crise da história, o Palácio da Alvorada, residência oficial da Presidência da República, aumentou em mais da metade o consumo de água nos últimos dois anos. A elevação chegou a 64,18% entre os anos de 2015 e2016.
Segundo relatório obtido pela Lei de Acesso à Informação ao G1, só com água, o Alvorada gastou no ano passado R$ 1,6 milhão – R$ 640 mil a mais do que em 2015. Desocupado, o imóvel aguarda a mudança definitiva do presidente Michel Temer e família, sem previsão para ocorrer.
Até agosto de 2016, o Palácio era ocupado pela então presidente Dilma Rousseff. Em nota, a gestão atual informou que, após a mudança de governo, em setembro do ano passado, adotou medidas para reduzir o consumo de água. 
"Foram adotadas medidas para a redução dos gastos, envolvendo, por exemplo, a conscientização dos funcionários para o uso racional da água, troca de torneiras e acompanhamento contínuo para verificar a existência de
vazamentos", diz o comunicado.
A nota afirma que, em novembro de 2016, "foi identificado e corrigido um vazamento na rede principal do Palácio". O governo disse também que vai fazer mudanças no sistema de manutenção e moderniazar hidrômetros e aparelhos sanitários.

Crise hídrica

A crise hídrica na capital do país se arrasta pelo menos desde agosto de 2016, quando o nível dos dois reservatórios que abastecem o Distrito Federal – Santa Maria e Descoberto – começaram a apresentar quedas significativas. O racionamento imposto a parte dos moradores completa um mês nesta quinta-feira (16).
Localizado em área nobre de Brasília, à beira do Lago Paranoá, o Alvorada não foi atingido pelos cortes sistemáticos de água. A área é abastecidada pela bacia do Santa Maria que, apesar da crise, ainda não foi submetida ao regime adotado pelo governo do DF para conter as perdas.
O corte, em vigor desde 16 de janeiro, atinge apenas às regiões abastecidas pelo Descoberto. Juntas, elas constituem áreas de baixo índice de desenvolvimento e somam mais de dois terços da população total do DF – que tem 2,9 milhões de habitantes.
A política de racionamento do DF é alvo de crítica entre os estudiosos em gestão de recursos hídricos. Para o especialista da Universidade de Brasília Sérgio Koide, os prédios do governo deveriam "dar o exemplo para a população". (G1)

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