Os ônibus não devem circular
nas cidades da região metropolitana de Vitória nesta quarta-feira (8) devido ao
clima de insegurança que atinge o estado desde o início da mobilização de
parentes de policiais militares, que impedem a saída de viaturas dos batalhões.
O Sindicato dos Rodoviários do
Espírito Santo (Sindrodoviários) informou, em comunicado, que a diretoria da
entidade decidiu pela suspensão das atividades de transporte de passageiros até
que a segurança seja plenamente restabelecida.
Segundo o presidente da
categoria, Edson da Fonseca Bastos, o sindicato havia autorizado que uma parte
da frota de ônibus circulasse apenas de manhã e de tarde nessa terça-feira (7),
mas, por causa da violência contra os rodoviários registrada ontem, os motoristas
não devem voltar ao trabalho.
“Visando a atender aos
usuários do sistema, [o Sindrodoviários] convocou a categoria para retornar ao
trabalho nesta data [terça-feira], mas não obstante a presença de policiais do
Exército nos terminais de passageiros, os trabalhadores rodoviários continuam
sendo vítimas de agressões físicas, assaltos e ameaças de morte por parte de
criminosos e assaltantes”, disse Bastos, na nota.
As manifestações começaram na
sexta-feira (3), quando parentes de policiais militares se reuniram em frente à
6ª Companhia, no bairro de Feu Rosa, no município da Serra, na Grande Vitória,
e bloquearam a saída de viaturas. Eles reivindicam reajuste salarial e o
pagamento de auxílio-alimentação, periculosidade, insalubridade e adicional noturno
aos policiais.
Os protestos se estenderam
para outros batalhões durante o fim de semana e, segundo a Associação de Cabos
e Soldados da Polícia Militar e Bombeiro Militar do Estado do Espírito Santo,
atingem todos os quartéis do estado.
Clima de insegurança
Pelo terceiro dia consecutivo,
a prefeitura de Vitória suspendeu a volta às aulas na rede municipal e o
atendimento nas unidades de saúde da capital capixaba. A prefeitura também
decidiu suspender o expediente nas repartições municipais nesta quarta-feira.
Segundo comunicado, a decisão visa a manter a integridade das famílias e dos
servidores neste momento de instabilidade. As atividades da Guarda Municipal e
essenciais de limpeza continuam mantidas.
"Após acompanhar
cuidadosamente os últimos acontecimentos, ainda não se reconstituiu o ambiente
que garanta a plena segurança e mobilidade de servidores, população e suas
famílias. Por isso, infelizmente, é necessário suspender novamente todas as
atividades da prefeitura", disse o prefeito de Vitória, Luciano Rezende,
em nota.
Apesar da presença de mil
homens das Forças Armadas e 200 da Força Nacional que patrulham as ruas para
reforçar a segurança da região metropolitana de Vitória, a maior parte do
comércio está fechada e o movimento de carros e pessoas nas ruas na capital
capixaba é pequeno, já que a orientação das autoridades é que a população evite
sair de casa.
Protesto de moradores
O clima ficou tenso em frente
ao quartel do Comando Geral da Polícia Militar do Espírito Santo em Maruípe, na
região central de Vitória, durante a tarde e a noite dessa terça-feira.
Moradores pediam a volta dos policiais militares para o patrulhamento das ruas
e protestavam contra a presença dos familiares – principalmente mulheres – em
frente aos batalhões.
Os militares do Exército, que
chegaram na segunda-feira (6) para reforçar a segurança no Espírito Santo,
impediram o confronto entre os manifestantes e o grupo de mulheres e liberaram
o trânsito na Avenida Maruípe, que havia sido interditada pelos moradores após
atearem fogo a pneus.Agência Brasil
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