17 de maio de 2017

Polícia Federal suspeita que casa de Jorge Picciani foi esvaziada antes de operação

A Polícia Federal aponta em relatório inédito da Operação Quinto do Ouro que a residência do presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, Jorge Picciani (PMDB), estava preparada para “se esquivar” de medidas de busca e apreensão. O peemedebista é investigado sob suspeita de organizar pagamentos de propina relacionados ao Tribunal de Contas do Estado do Rio. Ele foi alvo de busca e apreensão em 29 de março em sua casa na Barra da Tijuca, no Rio.
“A equipe constatou que o estado em que a residência se encontrava denotou propósito de se esquivar de possível execução de medidas judiciais”, concluiu a PF, em relatório assinado pela delegada Virginia Palharini.
Chamou a atenção dos investigadores a ausência de documentos e equipamentos eletrônicos na casa, além da aparente tranquilidade de Picciani. “Picciani se mostrou o tempo todo calmo e solícito, em nenhum momento se
mostrando preocupado com a ação (situação que não é observada comumente na atividade policial)”, diz trecho do relatório.
No escritório de Picciani, por exemplo, apesar de serem encontrados equipamentos de informática, não havia nenhum computador. O único aparelho de informática encontrado na casa era da mulher do deputado. Segundo o relatório, Picciani disse “não costumar fazer uso de equipamentos de informática”.
Tampouco foram encontrados itens de alto valor, como joias, relógios ou obras de arte. Havia apenas um veículo Corolla na casa, com cinco anos de uso.
Entre os itens apreendidos, há uma planilha com relação de gado da agropecuária da família de Picciani e outros documentos relacionados à empresa, um envelope com documento de um processo do Tribunal de Contas do Rio e documentos da empresa Tamoio Mineração. Foi apreendida ainda uma mensagem “assinada por Pai Crioullo”, sob a seguinte justificativa: “Picciani informou que era uma oração. Porém, aparentemente, parece ser uma tentativa de ocultação de informações de cunho ilícito em forma de uma carta de pai de santo”.
Em seu depoimento à PF, Picciani negou ter conhecimento ou participação no pagamento de propina aos conselheiros do TCE-RJ. Procurado por meio de sua assessoria, Picciani declarou: “A PF e MPF cumpriram com rigor e minúcia a ordem de busca e apreensão e tiveram de minha parte acatamento e respeito. Logo, fazer especulação é lamentável, tenho certeza que serei excluído das denúncias vazias e caluniosas do delator e réu confesso ex-presidente do TCE”. (epoca)

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