O presidente Michel Temer considera que seria uma "covardia" não disputar a reeleição, já que ele precisa "mostrar o que está sendo feito" pelo governo. Em entrevista publicada nesta sexta-feira pela revista "IstoÉ", Temer afirmou que tem "orgulho" da sua administração.
Acho que seria uma covardia não ser candidato. Porque, afinal, se eu tivesse feito um governo destrutivo para o país eu mesmo refletiria que não dá para continuar. Mas, pelo contrário, eu recuperei um país que estava quebrado. Literalmente quebrado. Eu me orgulho do que fiz. E eu preciso mostrar o que está sendo feito disse Temer à revista.
O presidente ressaltou que a ideia de se candidatar surgiu há "um mês e meio", pelo temor de não haver candidatos que defendessem o governo.
Nós esperávamos no início que alguém sairia candidato do governo com essa missão de defender o governo. Ora, se ninguém vai defender o governo, dar
continuidade ao que fizemos no governo, eu mesmo faço avaliou.
Dois integrantes do governo já se colocaram como pré-candidatos: o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, e o presidente do BNDES, Paulo Rabello de Castro. Temer disse que ambos têm "todo o direito", mas indicou que irá conversar com eles para buscar um acordo.
Em primeiro lugar, eu devo dizer que eles têm todo o direito de disputar e participar, se quiserem. Mas este é um governo de diálogo. Nós vamos conversar muito ressaltou.
O presidente considera que a sua popularidade vai aumentar se a população relacionar as realizações do governo à sua figura:
É preciso divulgar mais o que tem sido feito. A população reconhece o que está sendo feito, mas ainda não há uma conexão com a minha figura. Preciso conectar o que foi feito, o que foi aplaudido, o que foi elogiado, à minha figura. Em todas as áreas, o que foi feito depende da minha atuação.
De acordo com o peemedebista, o ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Moreira Franco, trabalha em uma segunda versão da Ponte Para o Futuro, documento apresentado pelo PMDB nas vésperas do processo de impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff (PT), que na prática funcionou como um programa de governo.
DESISTÊNCIA DE ABRIR O SIGILO
Na entrevista, Temer confirmou que não irá divulgar seu sigilo bancário, como havia afirmado que faria, após o ministro Luís Roberto Barroso, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinar a quebra dele.
Garantindo não ter preocupação com as informações, o presidente diz que voltou atrás ao pensar que "cada um usaria aquilo da forma que quisesse", mas ressaltou que acredita que os dados serão vazados após chegar ao STF.
Pensei em abrir. Mas houve a consideração de que teria que mandar para mais de 300 blogs e cada um usaria aquilo da forma que quisesse. Então, quando vierem as contas para o chamado “processo sigiloso”, porque não há processo sigiloso nenhum, quando chegar lá, vai vazar e as pessoas terão acesso — afirmou. (oglobo.globo)
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