8 de novembro de 2022

Baianos recebem medalha de ouro da Obmep em Salvador; 'Feliz por honrar os esforços dos meus pais e professores'

 Foto: Daniel Cardozo

Os estudantes baianos que foram medalhistas de ouro na 15ª Olimpíada Brasileira de Matemática das Escolas Públicas (Obmep) receberam o prêmio nesta última segunda-feira (7), em uma cerimônia no Hotel Fiesta, em Salvador.

A premiação é referente ao torneio que aconteceu em 2019, mas que não pôde ser comemorado em 2020 por causa da pandemia da Covid-19.

Dezoito milhões de estudantes do país participaram da 15ª edição da olimpíada, 579 conquistaram a medalha de ouro, 14 deles na Bahia . No estado, oito ganhadores são de Salvador, dois de Vitória da Conquista, enquanto os outros quatro representam as cidades de Mairi, Cordeiros, Luís Eduardo Magalhães e Botuporã.

Todos os medalhistas de ouro são convidados a participar do Programa de Iniciação Científica Jr. (PIC), que oferece aulas avançadas de matemática e uma bolsa de R$ 100 no CNPq. Além disso, uma novidade foi anunciada na cerimônia desta segunda. A partir de 2023, serão disponibilizadas 25 bolsas de R$ 900 da Fundação Behring para ex-medalhistas admitidos em cursos universitários da área de tecnologia.

Uma das baianas ganhadoras da Obmep deste ano é a estudante de engenharia da computação da Universidade de São Paulo (USP), Emilly da Silva Arcanjo, de 22 anos. Em 2019, a soteropolitana estudava no Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia da Bahia (Ifba) e era veterana no torneio. Ela tentava o ouro depois de conseguir uma menção honrosa, um bronze e uma prata.

"Matemática sempre foi minha matéria preferida na escola, mas eu só conheci o mundo das olimpíadas no ensino médio, porque na minha escola existia um grande incentivo para essas competições", explicou.

Além de matemática, Emilly participou de torneios de física e robótica. Apesar de já ser craque no universo das olimpíadas de conhecimento, para ela o ouro da Obmep tem um significado especial.

"É algo inacreditável. Fico muito feliz por honrar os esforços dos meus pais e dos meus professores, que me fizeram acreditar que eu tinha capacidade e sempre me apoiaram", afirmou.

Da Bahia para Taiwan
Depois de participar tantas vezes da Obmep, Emilly foi chamada para a Asia International Mathematics Olympiad (AIMO), que aconteceu em 2019, em Taiwan. Essa foi a primeira vez que a baiana saiu do Brasil.

"Foi uma experiência incrível poder conhecer um pouco da cultura do Taiwan de perto. Também pratiquei o inglês, experimentei comidas muito diferentes e fiz passeios com a delegação brasileira para conhecer o país. Foi super divertido", relembrou.

Mas Emilly não voltou para o Brasil somente com as fotos e as memórias de uma viagem para outro continente. A baiana trouxe na mala uma medalha de ouro e outra de bronze, referentes às disputas da AIMO que envolviam jogos e cálculos matemáticos, respectivamente.

Ir para o outro lado do mundo foi exatamente o que Emilly precisava para seguir os seus sonhos no Brasil.

"Vi que é possível ter grandes experiências, mesmo com dificuldades. Foi essa viagem que me deu coragem para fazer o vestibular da USP", contou.

Em 2020, cerca de um ano depois da viagem, Emilly passou no vestibular da Fuveste e ingressou no curso de Engenharia da Computação na USP. A baiana mora em São Paulo e viajou até a capital baiana, onde a família vive, apenas para receber, ontem, a medalha de ouro da Obmep.

*G1

Nenhum comentário:

Postar um comentário