3 de junho de 2015

Após assédio moral, bancária teria abortado dentro de agência e sido obrigada a continuar no trabalho

Uma funcionária do Banco Itaú S.A. de Palmas (TO) passou mal e supostamente sofreu um aborto espontâneo durante o expediente, segundo o depoimento de diversos colegas de trabalho. A denúncia foi feita pelo Sintec-TO (Sindicato dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Estado do Tocantins) ao MPT (Ministério Público do Trabalho) de Tocantins. Segundo o MPT, a instituição financeira estaria submetendo não só a mulher que abortou como outros empregados a excesso de serviço.
A prática estaria ocasionando problemas físicos e psicológicos aos funcionários. No caso da grávida que supostamente perdeu o bebê, segundo o MPT, mesmo ensanguentada, a empregada não pôde sair da agência até fechar a tesouraria, três horas após o aborto. Durante o período o feto ficou guardado dentro de um saco plástico. Para completar, a funcionária ainda teve seu direito legal de licença de 30 dias reduzido para quatro. Após receber a denúncia, o MPT-TO solicitou a condenação do Banco Itaú S.A. na Justiça Trabalhista por assédio moral organizacional. A multa pretendida é de R$ 20 milhões. Em nota, o banco classificou o caso como "estarrecedor" e informou que "fere os mais fundamentais princípios da organização e é inadmissível na nossa ética e cultura de respeito e valorização dos profissionais". Também afirmou que o Ministério Público do Trabalho "conduziu as investigações sob sigilo" e que, por conta disso, só teve "acesso aos documentos nesta manhã". O Itaú informou que vai iniciar "a apuração dos fatos, inclusive, para aplicação das devidas penalidades funcionais, cíveis e trabalhistas". 
Outros casos 
Além da situação citada acima, o MPT-TO afirmou que foram vários os relatos de pressão excessiva exercida pela agência, o que impossibilitava muitas vezes o almoço de seus funcionários ou os obrigava a ficar muito além do expediente, sem anotar as horas-extras trabalhadas corretamente. A investigação do MPT foi conduzida pela procuradora Mayla Alberti, que solicitou um posicionamento do banco que, segundo o MPT, se manteve inerte durante todo o procedimento, sem apresentar os documentos solicitados, nem responder as notificações enviadas. Para Mayla os depoimentos demonstram que o Banco Itaú sobrecarrega os funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho. — Os depoimentos colhidos são uníssonos e demonstram que a ré sobrecarrega seus funcionários com acúmulo de funções e carga excessiva de trabalho, muitas vezes não computando a integralidade das horas suplementares laboradas, contribuindo para um flagrante prejuízo à saúde física e mental dos obreiros. 
 Confira abaixo a nota na íntegra emitida pelo Banco Itaú S.A.: 
 "O fato relatado é estarrecedor, fere os mais fundamentais princípios da organização e é inadmissível na nossa ética e cultura de respeito e valorização dos profissionais. O Ministério Público do Trabalho conduziu as investigações sob sigilo, por isso tivemos acesso aos documentos somente nesta manhã. Desta forma, iniciamos a apuração dos fatos, inclusive, para aplicação das devidas penalidades funcionais, cíveis e trabalhistas."
R7

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