No município de Nazaré, na
região do recôncavo baiano, o nepotismo no poder público já se tornou uma
prática comum. Segundo o ex-presidente da Câmara de Vereadores, Júnior
Figueiredo (PP), são tantos cargos entre os familiares que é até possível que o
cachorro do prefeito Milton Rabelo (PTN), mais conhecido por Miltinho, seja
“empregado” na atual gestão. Além disso, a irmã do prefeito e também secretária
da Educação da cidade, Ana Luiza Caldas, criou uma empresa que, posteriormente,
alugou uma casa no valor de R$ 4 mil por mês pagos pela prefeitura,
administrada pelo irmão. De acordo com o denunciante, o imóvel está alugado
desde fevereiro de 2014, o que contabiliza R$ 64 mil gastos apenas com o
aluguel do imóvel, o que, segundo o ex-vereador, não condiz com a realidade de
Nazaré. “É uma casa normal, nada demais. Não tem casa lá, na cidade em que as
pessoas passam dificuldades, por esse valor”, afirma Júnior, acusando
prefeitura de cometer superfaturamento.
Ex-vereador da oposição
denuncia prefeito de Nazaré por superfaturamento e nepotismo / Foto: Fernando
Duarte
Em 19 de maio deste ano, o
ex-vereador abriu um processo contra o prefeito no Tribunal de Contas dos
Municípios do Estado da Bahia (TCM-BA). Mesmo sabendo do valor pago no aluguel
da casa desde fevereiro do ano passado, Júnior preferiu esperar para fazer a
denúncia ao TCM. “Quis esperar, porque se denunciasse na época, o impacto seria
menor, ele teria que pagar menos. Agora, vai ser muito dinheiro”, explica.
Ainda de acordo com ele, já foram feitas denúncias contra o prefeito ao TCM e
ao Ministério Público Estadual (MPE), mas a apuração “é um pouco lenta”. Em
outros processos, Miltinho foi denunciado por improbidade administrativa,
nepotismo e contratos fraudulentos. Segundo Júnior, o prefeito tem vários
membros da família atuando na administração pública do município, incluindo a
esposa, Eude Brito, secretária municipal do Desenvolvimento Social: “as três
irmãs, os filhos e sobrinhos”. O ex-vereador da oposição, que foi vítima de
seis disparos de arma de fogo no dia 6 de outubro do ano passado, a dois dias
das eleições, também afirma que depois do crime chegou a ser ameaçado pelo
prefeito – mas não responsabiliza o gestor pelo acontecimento. BN
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