As vendas de livros apresentaram seu primeiro resultado negativo em 2015, apesar de uma tendência de crescimento registrada desde janeiro. Entre os dias 13 de julho e 9 de agosto, o setor registrou queda de 5,5% em número de vendas e de 3,1% no faturamento em comparação ao mesmo período de 2014. Foram vendidos cerca de 2,87 milhões de livros, que somam quase R$ 100,5 milhões.
Os dados foram divulgados na última quinta-feira (27) no 6º Painel de vendas de livros do Brasil, organizado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e o Instituto de Pesquisa Nielsen. Os números são tirados do Bookscan Brasil, sistema que apura a venda de livros nas principais livrarias e supermercados do país.
Mesmo com o resultado negativo, o ano até agora apresenta um crescimento de 6,61% no volume e de 6,05% no faturamento das vendas - a inflação do período foi de 9,5%.
O faturamento das editoras, no entanto, caiu 0,13%.
O presidente da Snel, Marcos Pereira, afirma que a queda em relação ao ano passado pode ser explicada pela Copa do Mundo. "Durante a Copa, é natural uma queda no consumo. Tanto que tivemos um faturamento de R$ 80 milhões na época da competição, que chegou a R$ 103 milhões depois. Há uma volta ao consumo que produz essa alta", diz.
Em 2015, o número passou de R$ 91 milhões para R$ 100,5 milhões. "Esse ano não tivemos isso. Estamos vivendo um momeno de crise, não foi o suficiente para superar 2014."
Mesmo assim, Pereira analisa que as vendas devem voltar a crescer. "Estamos em um ano muito difícil, mas logo teremos a Bienal do Livro, na qual todas as editoras lançam livros muito fortes, que devem ter uma grande repercussão na nossa economia", analisa ele.
Com a volta do crescimento, ele espera que o ano seja fechado com uma alta de 5% a 6% em relação a 2014.
Entre os gêneros mais vendidos no ano o destaque fica para o que o relatório chama de "não ficção trade", responsáveis por 29,17% do faturamento. Segundo a pesquisa, o resultado pode ser explicado pelo "sucesso dos livros de colorir em 2015". O gênero é seguido por "não ficção especialista" (25,41%), "infantil, juvenil e educacional" (23,28%) e "ficção" (22,15%).
G1
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