28 de agosto de 2015

Vendas de livros atingem primeiro resultado negativo de 2015

As vendas de livros apresentaram seu primeiro resultado negativo em 2015, apesar de uma tendência de crescimento registrada desde janeiro. Entre os dias 13 de julho e 9 de agosto, o setor registrou queda de 5,5% em número de vendas e de 3,1% no faturamento em comparação ao mesmo período de 2014. Foram vendidos cerca de 2,87 milhões de livros, que somam quase R$ 100,5 milhões. Os dados foram divulgados na última quinta-feira (27) no 6º Painel de vendas de livros do Brasil, organizado pelo Sindicato Nacional dos Editores de Livros (Snel) e o Instituto de Pesquisa Nielsen. Os números são tirados do Bookscan Brasil, sistema que apura a venda de livros nas principais livrarias e supermercados do país. Mesmo com o resultado negativo, o ano até agora apresenta um crescimento de 6,61% no volume e de 6,05% no faturamento das vendas - a inflação do período foi de 9,5%.
O faturamento das editoras, no entanto, caiu 0,13%. O presidente da Snel, Marcos Pereira, afirma que a queda em relação ao ano passado pode ser explicada pela Copa do Mundo. "Durante a Copa, é natural uma queda no consumo. Tanto que tivemos um faturamento de R$ 80 milhões na época da competição, que chegou a R$ 103 milhões depois. Há uma volta ao consumo que produz essa alta", diz. Em 2015, o número passou de R$ 91 milhões para R$ 100,5 milhões. "Esse ano não tivemos isso. Estamos vivendo um momeno de crise, não foi o suficiente para superar 2014." Mesmo assim, Pereira analisa que as vendas devem voltar a crescer. "Estamos em um ano muito difícil, mas logo teremos a Bienal do Livro, na qual todas as editoras lançam livros muito fortes, que devem ter uma grande repercussão na nossa economia", analisa ele. Com a volta do crescimento, ele espera que o ano seja fechado com uma alta de 5% a 6% em relação a 2014. Entre os gêneros mais vendidos no ano o destaque fica para o que o relatório chama de "não ficção trade", responsáveis por 29,17% do faturamento. Segundo a pesquisa, o resultado pode ser explicado pelo "sucesso dos livros de colorir em 2015". O gênero é seguido por "não ficção especialista" (25,41%), "infantil, juvenil e educacional" (23,28%) e "ficção" (22,15%).
G1

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