A Prefeitura de Salvador vai
reassumir a gestão do Mercado Modelo a partir de 2 de março, após mais de 10
anos de administração da Associação de Comerciantes do Mercado Modelo (Ascomm).
Com a mudança, aproximadamente 30 funcionários contratados pela Ascomm serão
demitidos.
Segundo informações da
promotora Rita Tourinho, do Ministério Público da Bahia, o órgão está mediando
a transição juntamente com a associação e a prefeitura, por meio da Secretaria
Municipal da Ordem Pública (Semop).
"O município em sua
gestão não pode absorver esses funcionários porque a contratação da prefeitura
precisa ser feita por meio de concurso ou de empresas terceirizadas. E o
município não pode impor a essas empresas a contratação", afirma a
promotora.
A promotora afirma que de modo
equivocado as gestões anteriores passaram a administração para a Ascomm, o que
gerou problemas como inadimplência de permissionários e acúmulo de dívidas. No
total, entre dívidas trabalhistas, fiscais e débitos em prestadores de
serviços, como a Embasa, a Ascomm acumula uma dívida de aproximadamente R$ 1
milhão.
"Do jeito que está, o
Mercado Modelo funciona de forma desordenada. Não tem a presença do município
lá. A entrada do município traz regras rígidas e quem não se adequar às
exigências terá suas permissões cassadas", afirma Tourinho.
Ela afirma que entre os 263
permissionários presentes no Mercado Modelo, 63 deles estão inadimplentes com
obrigações como o preço público - tributo pago pelo uso do espaço público que
estava sendo recolhido pela Ascomm. Com a mudança, a prefeitura volta a fazer
esse tipo de cobrança.
De acordo com Rosemma Maluf,
secretária municipal da Ordem Pública (Semop), foi a associação de comerciantes
quem procurou a Semop para a mudança. "Quem tem competência para
administrar mercados municipais é Secretaria de Ordem Pública, segundo a
legislação municipal. Em gestões anteriores, essa gestão era compartilhada, o
que trouxe problemas de ordem administrativa", afirma a secretária.
Rosemma também afirmou que o MP-BA e a Semop tentarão
renegociar a dívidas dos permissionários inadimplentes e que os demais
continuam com o direito de utilizar o espaço. "Hoje temos um grupo
inadimplente e vamos buscar soluções como o parcelamento da dívida. Esses
permissionários têm direito ao espaço desde que cumpram com suas
obrigações", diz Maluf.
O Portal A TARDE tentou falar
com Fausto Reis, presidente da Ascomm, por meio do celular do dirigente, mas
ele não atendeu as ligações até a publicação desta reportagem. Atarde
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