O teste que irá identificar ao
mesmo tempo dengue, zika e chikungunya será disponibilizado prioritariamente
para mulheres grávidas, afirmou neste sábado (16), no Rio, o ministro da Saúde,
Marcelo Castro. Um dia após a confirmação das três primeiras mortes por
chikungunya no País, o ministro apresentou na Fundação Instituto Oswaldo Cruz
(Fiocruz) o novo kit de diagnóstico desenvolvido pela instituição. Atualmente é
necessário realizar os três exames separadamente. Até o fim do ano o ministério
vai encomendar 500 mil kits.
Durante a divulgação do kit, o vice-diretor de
Desenvolvimento Tecnológico do Instituto Carlos Chagas, Marco Krieger, explicou
que a leitura da análise sairá em duas ou três horas. Nesta sexta-feira (15), o
ministério divulgou que esse tempo seria de apenas vinte minutos. Os resultados
dos testes atuais podem levar um dia inteiro, segundo Krieger. Uma outra
vantagem do novo kit, além da rapidez, é que ele já vem pronto para uso e é
padronizado, reunindo todos os insumos em um único pacote. Isso evita
inconsistências nos lotes de produtos. O kit identifica o vírus, mas não o
estágio da doença. Apesar da gravidade das três enfermidades transmitidas pelo
mosquito Aedes aegypti, e da epidemia já admitida de chikungunya, o ministro da
Saúde fez questão de destacar que o zika é a maior preocupação do governo, em
função de sua associação à microcefalia em bebês. O País já registra em torno
de 3.500 casos da doença. Ao ser questionado sobre a recomendação das
autoridades de saúde dos Estados Unidos para que grávidas evitem viagens ao
Brasil e a outros países onde o vírus zika está se espalhando, o ministro da
Saúde considerou o alerta prudente. "Não foi uma recomendação para não
virem, mas para tomarem certos cuidados. Não podemos achar exagero se estão
recomendando o mesmo que nós", afirmou, mencionando cuidados como o uso de
repelente e roupas que evitem a exposição ao mosquito. "Estamos vivendo
uma epidemia de microcefalia e a gestante deve fazer tudo para não ser
picada." O Ministério da Saúde está apoiando pesquisas da Fiocruz, Butantã
e Instituto Carlos Chagas para desenvolver uma vacina contra o zika, mas o
ministro reconhece que isso levará anos. Castro descartou a busca de um
financiamento internacional para o combate aos vírus e garantiu que não
faltarão recursos. BN
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