5 de março de 2016

'Me senti um prisioneiro', diz Lula sobre condução coercitiva em SP

O ex-presidente Lula criticou nesta última sexta-feira (4), em entrevista coletiva na sede do Partido dos Trabalhadores, em São Paulo, a ação comandada pelo juiz Sergio Moro, que ordenou o cumprimento de uma ação de condução coercitiva pela Polícia Federal nesta manhã.
"Me senti prisioneiro hoje de manhã. Já passei por muitas coisas na minha vida, mas eu acho que nosso país não pode continuar assim, amedrontado, com qualquer juiz que puna alguém recebendo prêmio da Rede Globo, da revista Veja. Minha indignação é pelo fato de às seis da manhã, delegados muito gentis, por sinal, baterem na minha porta informando que estavam cumprindo uma decisão do juiz Sergio Moro, que poderia muito bem ter me convocado para prestar depoimento em Curitiba e eu iria, sem nenhum problema", criticou. O ex-presidente, que já havia se manifestado mais cedo aos filiados do Partido dos Trabalhadores, disse que uma parcela da Justiça se subordinou a alguns veículos de comunicação e deixou de lado o princípio de primeiro investigar para depois julgar. "É lamentável que uma parcela do poder judiciário brasileiro esteja trabalhando com a imprensa. Antigamente se investigava, hoje a primeira coisa que se faz é determinar quem é o criminoso, colocar a cara dele na imprensa e depois criar os crimes que ele cometeu", argumentou Lula, acrescentando que não está indignado com jornalistas, mas com alguns meios de comunicação que antecipam julgamentos. Lula voltou a afirmar que há um ato de parcela da mídia, da justiça e da oposição para que o país fique parado por mais um ano e impeça a presidente Dilma Rousseff de governar. "Se tem alguém nesse país que precisa de autonomia, esse alguém se chama presidente da Republica, porque ninguém quer que essa mulher governe o pais".
Jornal do Brasil

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