A juíza Patrícia Suárez Pae Kim, da 1ª Vara Criminal de Campinas (SP), condenou dois médicos, uma enfermeira e dois auxiliares de enfermagem pelas mortes de três pacientes após exames na clínica Ressonância Magnética Campinas (RMC), em janeiro de 2013. Além disso, a magistrada absolveu dois réus, por entender que não há provas sobre a responsabilidade deles. A unidade responsável pelos exames funcionava à época dentro do Hospital Vera Cruz, na região central.
De acordo com a Polícia Civil, as vítimas tiveram parada cardiorrespiratória decorrente de uma embolia gasosa, após receberem por engano uma aplicação na veia da substância perfluorocarbono, que estava armazenada sem identificação adequada em bolsa de soro. A aplicação foi feita por uma auxiliar de enfermagem que, para a corporação, foi induzida ao erro. Na sentença proferida em 30 de maio, a magistrada decidiu responsabilizar os cinco réus por homicídio culposo, quando não há intenção de matar. Como a decisão é de primeira instância, há possibilidade de recursos aos condenados. Os médicos Adilson Prando e José Luiz Cury Marins, sócios e responsáveis por metade do capital social da RMC, segundo um dos depoimentos ouvidos pela juíza, foram condenados a quatro anos de detenção. Já os auxiliares de enfermagem Carlos Augusto Moises e Laurinda Rosa Venâncio, e a enfermeira Elaine Rosa Macedo dos Reis, receberam pena de três anos. A magistrada, porém, considerou que os acusados eram réus primários e sem antecedentes criminais. Por isso, ela optou por substituir a pena privativa de liberdade pela restritiva de direitos. Com isso, cada réu terá de cumprir, pelo mesmo período de condenação, duas penas restritivas fixadas em prestação de serviços à comunidade. Além disso, a Justiça estabeleceu interdição temporária de direitos, incluindo "proibição de frequentar determinados lugares, tais como bares, casas de prostituição e locais de má reputação", informa trecho da sentença de 74 páginas.
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