Os dados disponibilizados pelo Disque 100, canal de denúncia que funciona 24 horas por dia, conhecido como Disque Direitos Humanos, do Ministério da Mulher, Família e dos Direitos Humanos, apontaram que 17.093 casos de violência sexual contra crianças e adolescentes foram registrados em todos país somente em 2018. A Bahia aparece na quarta posição com 950 denúncias, somente atrás de São Paulo (2.810), Minas Gerais (1.776) e Rio de Janeiro (1.498).
Apesar do elevado número casos registrados, a situação poderia ser ainda pior. Isso porque diversas vítimas se sentem oprimidas ou não conseguem quebrar a barreira do trauma para denunciar. É o caso da baiana Juliana (nome fictício).
“Sempre tive receio de contar. Achava que meus pais não iriam acreditar na minha palavra, porque a babá era alguém de confiança deles. Ela se aproveitava dos momentos a sós para cometer os abusos. Quando negava era vítima de maus tratos, bolos nas mãos e pés”, comentou.
A soteropolitana é mais uma entre várias jovens que sofreram algum tipo de abuso sexual durante a infância por pessoas próximas ou da própria família. Segundo dados disponibilizados pelo canal, em abril de 2019, cerca de 90% dos casos de violência sexuais ocorreram dentro do próprio ambiente familiar.
O perfil da suspeita, entretanto, vai de encontro ao padrão apontado pelo levantamento do Governo Federal. Normalmente, o abusador é homem (70.02%), pardo (23.31%), entre 18 e 24 anos (16.24%). Mulheres representam apenas 16,23%. Outros 15,50 não foram identificados. Já as vítimas são: mulheres (75.78%), entre 12 e 14 anos (30.57%), parda (39.09%).
Casos registrados pela SSP tem leve queda em 2019
O levantamento disponibilizado pela Secretaria de Segurança da Bahia (SSP-BA) ao Varela Notícias sobre o número de ocorrências de violência sexual de crianças (entre 0 e 11 anos de idade) registradas no estado, no período de janeiro a agosto de 2019, são animadores. Houve cerca de 200 casos a menos na comparação com o mesmo período de 2018, cerca de 23.16% de redução.
Neste ano ocorreram 640 atos violentos. Foram 631 estupros, 3 divulgações de pornografia e 6 referentes à exploração sexual. Já em 2018 foram 833 crimes, sendo 825 estupros, 2 reprodução ou produção de conteúdo de cunho sexual que envolveu crianças, 2 divulgações de pornografia infantil, 3 de exploração sexual e 1 ocorrência que responsabilizou o dono do local onde se realizou prática de submissão infantil.
Canais de denúncia
Além do Disque 100, as crianças e adolescentes que sofrem qualquer tipo de violência podem denunciar através do Disque Denúncia. Há treze anos no ar, o canal funciona todo os dias, das 7h às 22h, através dos telefones (71) 3235-0000/181, todos os dias da semana.
“Estamos atentos para denúncias que envolvam os pequenos, acionando de imediato as forças de segurança responsáveis quando necessário”, contou. “A população deve contar com o Disque Denúncia, pois só ele garante total sigilo. Nossos números e o serviço de denúncias online estão à disposição para receber essas e outros tipos de informações”, afirmou o coordenador da ferramenta, Luís Melo.
Além do telefone, as denúncias podem ser registradas através do ‘Denuncie Aqui’ no disquedenuncia.com.
*Varela Notícias
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